sábado, 3 de agosto de 2013

Castelo do Lindoso



LINDOSO (Ponte da Barca): Castelo.

O Castelo de Lindoso é um dos mais importantes monumentos militares portugueses, pela sua localização estratégica (tutelar sobre o curso do rio Lima junto à fronteira com Espanha, numa linha interior entre as serras da Peneda e do Gerês), mas também pelas novidades técnicas e estilísticas que a sua construção introduziu no panorama da arquitetura militar portuguesa medieval.
Apesar de ainda se discutir as suas origens, não restam grandes dúvidas de que a fortaleza medieval que se conservou até aos nossos dias é obra do reinado de D. Afonso III, uma vez que ela não aparece referida nas Inquirições de 1220 e, pelo contrário, é nomeada nas de 1258 (ALMEIDA, 1987, p.124). Paralelamente, a sua porta principal, de arco quebrado e virada à vila, ostenta a eixo o escudo do monarca, elemento propagandístico por excelência, mas também indicador claro do patrocínio e do marco histórico que a gerou.
O traçado das muralhas revela um perímetro relativamente pequeno e regular, contrariando alguma da tendência natural das fortificações românicas para se adaptarem às curvas de nível. As esquinas são propositadamente arredondadas, para evitar os ângulos "mortos" e permitir uma total visibilidade das zonas circundantes. A torre de menagem, por seu turno, é ainda rudimentar, de apenas dois pisos e de secção quadrangular bastante ampla, resultando num aspeto algo atarracado (IDEM, p.82), mas contendo acesso superior diretamente para o adarve, à maneira gótica. Estas características fazem dela uma obra de transição (…).
No século XVII, na mesma altura em que Portugal lutava pela restauração da sua independência, esta secção interior do Alto Minho foi particularmente importante nas incursões de um e de outro lado da fronteira, e o castelo foi dotado de um sistema militar mais complexo. As obras estariam concluídas por volta de 1666 (data inscrita no lintel de uma das portas), escassos três anos depois de ter sido conquistado por tropas espanholas e, de novo, reconquistado pelos portugueses. É de crer, no entanto, que esta empreitada se tenha arrastado por mais algumas décadas, pois data de 1720 a conclusão do principal revelim, aquele que protegia a entrada principal. O novo complexo defensivo atualizou a fortaleza, rodeando-a de uma estrutura em estrela, com altos taludes e fossos, e acesso por porta levadiça encimada por matacães.

Fotografia: © Vítor Ribeiro
info: www.igespar.pt/

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